terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Formação do profissional de Educação Infantil

Lucinara Massolino[1]

Naira Fernanda Rieger Fortes[2]

Resumo: As mudanças de comportamento, da política, econômica e social com o tempo vão sendo significantes para as transformações que ocorrem na educação, especialmente nas escolas de educação infantil, que sentiram estas mudanças e acabam sendo beneficiados com um grande passo, para a melhora da qualidade da oferta de seus serviços ali disponibilizados. Com isso é necessária a formação dos profissionais que ali dispõe, sendo que este é o elo que trará todos os resultados e que mostra a urgência de olhar a situação atual de nossas escolas e refletir sobre os possíveis rumos que estamos tomando nesta importante área, com foco no cuidado e a educação de crianças de 0 a 6 anos, etapa de formação continuada da família e da escola.

Palavras-chave: Educador, Escolas, Educação infantil.

Introdução

A Educação Brasileira teve muitos avanços nos últimos anos, principalmente a Educação Infantil, que após a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica - LDB, sendo um direito a todas as crianças de 0 a 5 anos frequentar estas instituições. A partir daí busca-se profissionais adequados a estes quesitos.

Cada dia mais cresce a preocupação com a formação do profissional e com isso vem à preocupação dos governos, através da LDB que dispõe no titulo IX, art.87, §4º: “até o fim da década da Educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço”. Com isso e pela alta taxa de inserção de profissionais nesta área, a ausência de habilitação e sua baixa escolaridade, tornaram-se objeto de discussão de diversos setores envolvidos com a Educação Infantil.

Sendo assim é que apenas recentemente a creche foi reconhecida na área da educação, a partir da promulgação da LDB, os educadores vieram construindo as suas referências sobre o trabalho, ao mesmo tempo em que as creches constituíam-se instituições educativas.

Neste pensamento são os professores da educação infantil, comprometidos com sua prática educativa e pedagógica, que buscam apoio para ter, segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 41): “uma formação inicial sólida e consistente acompanhada de adequada e permanente atualização em serviço”.

Educação Infantil: breve histórico

A educação infantil é um campo de trabalho novo e desafiador, e até então havia uma divisão na perspectiva de quem utiliza estas escolas, não interpretando o “cuidar” e o “educar”, sendo que até hoje, somos denominadas por alguns como “tias”, o que mostra claramente Paulo Freire (1997, p. 09) quando cita que:

O que me parece necessário na tentativa de compreensão crítica do enunciado professora, sim; tia, não, se não é opor a professora à tia não é também identificá-las ou reduzir a professora à condição de tia. A professora pode ter sobrinhos e por isso é tia da mesma forma que qualquer tia pode ensinar, pode ser professora, por isso, trabalhar com alunos. Isto não significa, porém, que a tarefa de ensinar transforme a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco. Ser professora implica assumir uma profissão enquanto não se é tia por profissão. Se pode ser tio ou tia geograficamente ou afetivamente distante dos sobrinhos, mas não se pode ser autenticamente professora, mesmo num trabalho a longa distância, “longe” dos alunos.

No entanto isso aos poucos vem sendo modificado, o formato de escola assistencialista, que é muito discutido, pois trabalhamos de forma diferenciada, mostrando a todos esta interação que busca a qualidade. Mas é pouco o que fazemos ainda, para alcançar uma educação de qualidade, temos que nos especializar mais, ter um acompanhamento mais direto e objetivo, pois é nessa idade que formamos e encaminhamos, ou até bloqueamos cada criança.

O cuidado e a educação das crianças pequenas eram vistas como tarefas da família principalmente das mães, porém com a saída da mulher para o mercado de trabalho o resultado que temos é que as famílias buscam a escola para suprir suas necessidades na educação dos filhos.

A educação infantil antigamente tinha uma perspectiva de cuidar somente, mas passou a ser uma proposta pedagógica aliada, que procura atender a criança no todo de suas especificidades que precisam ser respeitadas (psicológicas, emocionais, cognitivas e físicas).

As escolas de educação infantil tiveram inicio no século XIX, com o inicio da Revolução Industrial a estrutura familiar se modificou e a mulher precisou sair para o mercado de trabalho, geralmente nas fábricas de tecidos, para garantir a subsistência de seus dependentes, recebendo salários mínimos pelos seus esforços e levando com ela os filhos, mais tarde as crianças foram expulsas das fábricas e as mães tiveram que buscar alternativas, que foram as “Casas de Expostos”[3] que eram locais onde as mães deixavam seus filhos para terem um atendimento. Mas o objetivo principal era de reduzir os índices de mortalidade através do abrigo, dos cuidados e da alimentação.

Com o aparecimento de grandes pensadores, mudanças significativas ocorreram e as crianças e a infância forma vistas de uma forma diferenciada. Isso foi o que garantiu em lei os direitos das crianças como cidadãs.

Legislação e a Educação Infantil

Somente com a Constituição de 1988, é que as creches e pré-escolas foram reconhecidas como um direito da criança e um dever do estado dentro de um sistema de ensino. Segundo o artigo 29 da Constituição de 1988, a Educação Infantil tem por objetivo “o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.

Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) lei nº 9.394/96, reafirma o que traz a Constituição Federal que é o “atendimento gratuito em creches e pré-escolas”. Somente com a criação desta Lei é que denominou-se as creches como um local de cuidados e de educação, como sendo o primeiro nível da Educação Básica e também formaliza a municipalização desta etapa de ensino.

Já em 1998 é então criado o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil, um documento que norteia o trabalho realizado com crianças de 0 a 6 anos de idade.

Era o que precisava para estruturar o papel da Educação Infantil. A partir de então as escolas abrem suas portas para abrigar todo tipo de criança sem distinção de cor, raça, sexo, religião ou classe social, promovendo então a “integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança” (BRASIL, 1998. p. 17) e também auxilia nos cuidados com a saúde, proteção, alimentação, afeto, estimulação, segurança e brincadeiras que desperte a descoberta e o novo.

Mas para o professor garantir e oferecer junto com a escola todas estes benefícios tem que ter um desenvolvimento emocional muito grande, pois os professores tendem a fazer uma substituição materna, alem do cuidar e do educar relacionados com a aprendizagem dentro das instituições.

A criança é o ator principal dentro destas discussões, pois eles são os interessados, como cita o Referencial Nacional da Educação Infantil (p. 21, 1998): “a criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada cultura, em um determinado momento histórico”.

Família: estrutura base das Escolas de Educação Infantil

A família é a referência central para a criança e é neste meio e na relação com a escola que ela constrói o conhecimento interagindo com outras pessoas e com o meio a qual vivem criando e dando significados a estes. Escola e família têm os mesmos objetivos, que é ter sucesso na sua aprendizagem, de forma significativa. Para essa parceria dar certo tem que ter como base o respeito, mas é fundamental ter coerência entre o que a família e a escola estão interessadas em transmitir para estas crianças e para isso acontecer tem que ter um diálogo direto, pois como diz Abuchaim (2009, p. 39) “Isso representa um direito da família e uma necessidade da escola”. Essa troca de informações é extremamente necessária e é o que traz resultados positivos na qualidade do ensino, pois tem o principal que é a confiança na escola.

O relacionamento da família com a escola apesar de manter muitos conflitos, é fonte única de muitas aprendizagens e de educação para todos. As escolas são os apoios principais da família, o local onde os pais sentem tranquilidade em relação ao seu filho, quanto aos cuidados, alimentação balanceada, desenvolvimento, etc. Enfim, a família está por trás do sucesso escolar dos filhos, se colaborarem para que isso aconteça, pois é nela que eles encontram um espaço de afetividade e de muita segurança, mas também pode ser de medos, incertezas, rejeições, preconceitos e até mesmo violência.

É por esse motivo que a educação infantil tem por função associar-se a tudo isso, gerando qualidade na educação. É o que cita o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, (1998, p. 23):

Educar significa propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outro sem uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

O que permite a construção de crianças felizes e saudáveis.

Para ter um atendimento completo as crianças têm que ter um acompanhamento, e em determinados casos uma avaliação dos diferentes profissionais, para então suprir as necessidades sentidas e ter um atendimento de forma adequada. Esse atendimento é que irá gerar o desenvolvimento adequado da criança e a posterior aprendizagem escolar.

As brincadeiras é o meio pelo o qual se pode criar vínculos com o que é essencial no desenvolvimento, mantendo uma relação entre o imaginário e a realidade. O professor é que organiza, desperta e contribui para ampliação dos conhecimentos, delimitando aonde se quer chegar. Sendo que cabe a este avaliar, até mesmo individualmente e dispor de brincadeiras, é o que irá despertar as competências. O professor tem que ter um conhecimento prévio de toda atividade e isso é feito a partir das observações faciais, sons, representações e gestos, sempre buscando a resolução de problemas pelas crianças.

Este conhecimento prévio tem grande importância quando nos deparamos com portadores de necessidades especiais, e que necessitam de convívio no âmbito social o que irá favorecer o desenvolvimento e as aprendizagens e principalmente enfrentar as suas próprias dificuldades, como cita o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998) que o ideal é “desenvolver uma pedagogia centrada nas crianças, capaz de educar a todas, sem discriminações, respeitando suas próprias diferenças”. Essa inclusão agrega uma grande preocupação, que o sistema educacional brasileiro é falho.

Lógico que o que buscamos é esse ideal, mas na prática os professores, por mais comprometidos que estão, tem dificuldades para tratar este assunto e não tem a quem pedir ajuda, está tudo ainda muito distante da base, que é a escola.

Profissionais da Educação Infantil

A grande maioria dos professores que atuam hoje nas escolas, não tem formação adequada, tem ainda remuneração baixa e condições precárias de trabalho; é com essa realidade que a função destes profissionais vem sendo repensada. Um grande passo foi a estruturação da Lei de Diretrizes e Bases, que estipula o grau de instrução para trabalhar nesta área, e a abertura de chances de acesso a carreira de professor, com formação sólida, consistente e atualizada. Atualmente devido às reformas educacionais está se exigindo uma qualificação maior para os profissionais que atuam na área da Educação Infantil, o que é muito bom para mantermos uma qualidade e avanço na educação. Somente precisamos estar atentos as outras pessoas que estão ao nosso redor para também prestar serviços, que são as monitoras, serventes, atendentes e diretoras que auxiliam nas instituições sem ao menos ter escolaridade exigida e qualificação necessária.

O professor de Educação Infantil tem que ser um profissional com competências polivalente, ou seja, trabalhar e abranger os diversos conhecimentos e áreas. Interagindo com a comunidade escolar de modo geral, para responder aos anseios das famílias e das crianças.

No censo de 2007, foi feito um levantamento dos profissionais da educação, dentre estes foram analisados a educação infantil, dividindo em creches (de 0 a 3 anos) e educação infantil (3 a 6 anos) a nível de Brasil. Muitos dados foram atingidos entre eles a formação e a faixa etária destes profissionais.

Tabela 01Número de Professores em Creche com Curso Específico de Creche (formação continuada), segundo a Região Geográfica e Unidade da Federação, em 30/05/2007.

Unidade da Federação

Professores na Creche

Total

Com Curso Específico

Brasil

95.643

11.292

Norte

3.571

265

Nordeste

20.315

1.417

Sudeste

44.523

4.472

Sul

21.503

4.355

Centro-Oeste

5.731

783

R. G. do Sul

6.808

1.213

Fonte: Mec/Inep/Deed.

Nota: Não inclui auxiliares da Educação Infantil

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Grifo nosso.

Analisando os dados em nível de Brasil, nota-se a falta gritante de professores com formação adequada para tal. Segundo a o artigo 62 da LDBEN/1996:

“A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”.

Com base nesta lei é que aumentaram radicalmente o numero de matriculas na educação infantil fazendo com que aumenta-se também o ingresso das profissionais que atuam sem ao menos ter esta habilitação, é o que mostra as pesquisa realizadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que evidenciam este número grande de professores do sexo feminino, a maioria entre as faixas etárias de 28 a 35 anos, e a maioria destes professores sem a escolarização mínima necessária.

Documentário “Crianças Invisíveis”

O documentário “Crianças invisíveis” contribui com o tema em discussão, trazendo um recorte da realidade do continente e de como vivem as crianças destes. Faz-nos sentir uma realidade dura e emocionante, que denunciam problemas, erros e desordens que a infância das crianças abriga, forçando-os a ter um amadurecimento precoce através do sofrimento.

É uma parada para abrir não só os olhos, mas nossa mente, em relação a essas infâncias que são jogadas no lixo. São imagens fortes e a tristeza no rosto das crianças justifica o nome do documentário, mas são histórias que trazem uma grande lição de esperança e otimismo.

As nossas crianças são tratadas de diferentes formas, não somente na parte econômica, mas também política, social e cultural, é comum ver documentários pela televisão de crianças sofrendo e humildes, mas aqui na nossa cidade tem crianças que vivem assim, que utilizam drogas e que sofrem opressão da sociedade e da família. Muitas têm uma vida equilibrada e conseguem viver uma infância adequada e os que não tem acesso a isso através da família, tem programas especiais que tentam suprir essa falta “do ser criança”, como é o caso do Programa Primeira Infância Melhor (PIM), a Associação Banco do Brasil (AABB) entre outras tantas existentes.

O educador é a peça chave das Escolas de Educação Infantil, sendo através dele que formamos seres humanos e cidadão críticos e bem informados tendo condições de compreender e principalmente atuar no mundo onde vivemos.

Com esse pensamento é que Moysés (1994, p.13) diz que:

Quando falamos em saber ensinar, estamos pensando em algo que é mais do que uma simples habilidade expressa pela competência do professor diante do processo de ensino-aprendizagem. É muito mais. Tarefa complexa, requer preparo e compromisso; envolvimento e responsabilidade. É algo que se define pelo engajamento do educador com a causa democrática e se expressa pelo seu desejo de instrumentalizar política e tecnicamente o seu aluno, ajudando-o a construir-se como sujeito social.

Para tanto precisamos melhorar a preparação dos educadores das escolas de educação infantil, para atender com maior qualificação a clientela que ali temos; são os professores os agentes que geram mudanças e são os mediadores entre o saber e o aluno. Partir do que o aluno já possui, de seus gostos e sua cultura, assim é que ocorre a aprendizagem com mais facilidade.

Antes mesmo de ela ler e escrever, já traz idéias sobre a escrita, idéias diferentes do que são realmente, mas são idéias que não podem ser desprezadas, são os pontos de apoio que se concretizarão na alfabetização.

Tonucci (1997) traz a tona uma situação concreta em sua charge “O Molde”, quando mostra uma criança utilizando sua criatividade, e é praticamente “podada” quando o professor lhe oferece um molde e simplesmente acha “magnífico” sua criação, sendo que a criança não sente prazer em desenhar na linha ou com contornos bem feitos, o que poderia ser feito é a utilização destes desenhos, mesmo sendo na parede ou em qualquer outro material.

Essa relação do aluno/sociedade/professor é um vinculo largo e desafiador, que nos remete a uma aprendizagem sem ao menos saber ler e escrever. Cada criança é dotada de muita criatividade e dinamismo e com diferentes (pré)conceitos, que vão aparecendo no decorrer da aprendizagem sem ao menos passar pelo conhecimento do próprio professor, um bom exemplo disso pode ser na leitura, onde a criança busca antes de saber ler, o reconhecimento de figuras e imagens, sendo que nem ao menos saiba decodificar palavras ou frases escritas.

Ai a criança se vale da contribuição do professor e da família em ler histórias, observar o gosto pela leitura, disponibilizar o máximo de livros, fazer contação das mais diferentes formas, enfim explorar estas formas de imaginação que auxiliará no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Que para Tonucci (1997) na imagem “É importante ler com eles” ilustra a imaginação de uma criança, que vai alem de uma simples história, ela se torna um super-herói que combate o inimigo, sem ao menos sair do lugar, portanto mesmo balbuciando as palavras, colocando o livro direto na boca ou até mesmo apontando com o dedinho e simulando sons que o personagem faz, a criança não pode “ser idiotizada com o argumento de que são crianças inocentes” (BRITTO, 2009, p.16).

Tende-se a emprestar a voz a uma narrativa que irá fazer parte da cultura de cada individuo.

Britto (2009, p. 16) cita que:

Na primeira infância ler com os ouvidos e ter histórias que introduzam a criança num universo amplo e diversificado é mais importante do que ler com os olhos pequenos textos singelos e óbvios. Ao participar desta prática cultural, a criança está imersa em uma experiência intelectual mediada por uma falta organizada em uma sintaxe, um léxico uma prosódia diferentes das que experimenta em outras interlocuções, começando a compreender as modulações devida viabilizadas pelo texto escrito.

Esta experimentação do mundo da fantasia, que se mistura com a realidade põe o professor em grande compromisso, que é povoar a escola de histórias e textos densos e bonitos para poder fazer com que as crianças desde pequenas aprendam a ter uma leitura de mundo sem ao menos saber ler.

Com todos os problemas, resultados e expectativas que se formam da Educação Infantil, muito temos que desenvolver e avançar tanto na legislação, quanto na formação de professores, que saibam atuar com muita autonomia e fundamentação dentro desta nova área de trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Investir em processos de formação dos educadores, em que desenvolva o autoconhecimento, atualização permanente, vivência de troca entre a família e a escola é alguns dos objetivos que se busca nesta caminhada que a educação resgata/constrói de forma consciente, levando em consideração o “educar e o cuidar” em sua acepção mais completa, trabalhando sempre o compromisso de seres humanos criativos e engajados com seu entorno e com o outro.

Sendo assim, temos que estar consciente de nosso papel frente as barreiras que a sociedade impõe aos educadores, em especial da Educação Infantil, que segundo Friedmann (2009, p. 21) “a família, hoje em profunda crise de valores [...], as escolas estruturadas em espaços inadequados, com falta de materiais, baseados em currículos segmentados e dissociados dos tempos orgânicos das crianças [...], falta de verbas, excesso de crianças em sala e demanda reprimida”, são só algumas das barreiras que o educador ter que enfrentar e acaba ficando desnorteado frente as políticas e a realidade que oscila constantemente.

Diante de todos estes enfrentamentos torna-se necessário as mudanças para avançar e principalmente contribuir para o desenvolvimento total da criança, através de uma educação de qualidade, que é determinante para a formação dos processos físicos, emocionais, sociais e morais.

REFERÊNCIAS

ABUCHAIM, B. O; Encontros e desencontros entre família e escola. Revista Pátio Educação Infantil, nº 19, mar/jun 2009.

BRASIL, Constituição Federal de 1988. Brasília. 1988.

_______, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei Nº 8.069, de 13 de Julho de 1990. Brasília. 1990.

_______, Inep. Estudo Exploratório sobre o professor brasileiro, com base nos resultados do censo escolar da Educação Básica 2007. Brasília, 2007. Disponível em: <www.inep.gov.br> acesso em: 15/05/2010.

_______, Lei de diretrizes e bases da educação nacional, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 , Brasilia, 1996.

_______, Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil , vol. 1, 2 e 3, 1998.

BRITTO, L. P. L. Leitura de infância e formação cultural. Revista Pátio-Educação Infantil, Ano VII, n° 20, 2009.

FRIEDMANN, A. Educação Infantil no século XXI. Revista Pátio-Educação Infantil, Ano VI, n° 18, 2009.

LUND K., Lee S., Scott R. et al.. Documentário Crianças Invisíveis. UNICEF. Itália, 2005.

MOYSÉS, L. O Desafio de Saber Ensinar. Campinas, SP: Papirus, 1994.

TONUCCI, F. Com olhos de criança. (trad. Patrícia Chittoni Ramos). Porto. Alegre: Artes Médicas, 1997.



[1] Acadêmica do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

[2] Professora Formadora do Curso de Licenciatura em Pedagogia a Distância da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

[3] RUIZ, Jucilene de Souza. Creche: um discurso acerca de seu surgimento. Anais do encontro de Pedagogia: 40 anos formando educadores. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. 2007, p. 07.

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